8 problemas de saúde que fazem você engordar
Você faz tudo direitinho - come menos, malha mais - e nem assim consegue derrotar a balança? É que a guerra contra os quilos a mais conta mesmo com inimigos ocultos, capazes de levar seu esforço por água abaixo. Conheça quem são eles e vire o jogo a seu favor
Por Thaís Cavalheiro
Claro
que fechar a boca e fazer ginástica é uma fórmula certeira para manter a
forma, mas nem sempre a dobradinha é suficiente para afinar a cintura.
Antes de desistir da sua meta de diminuir o manequim, saiba que o
caminho para emagrecer tem curvas que muita gente nem imagina e que
esbarram em questões ligadas à sua saúde. Aqui, você vai descobrir quais
são esses fatores e finalmente vencer sua batalha contra o peso.
1. Células inflamadas
Quem
não vive sem pão francês, arroz, massa e açúcar, carne vermelha,
queijos amarelos e pratos industrializados demora mais para chegar ao
peso desejado, isso não é novidade. O problema é que, calorias à parte,
esses alimentos são inflamatórios, como avisa a nutricionista Roseli
Rossi, de São Paulo. "Incluí-los no cardápio de todo dia, mesmo em
pequenas quantidades, significa nutrir os adipócitos, células que
armazenam gordura", fala. Num mecanismo de autodefesa, eles acabam
produzindo adipocinas, substâncias com alto poder inflamatório que tomam
conta de boa parte das células do corpo e levam à formação da
indesejada gordura branca, aquela que acumula na barriga, no culote e no
bumbum.
A saída: coma mais peixes de água fria, como salmão,
atum, bacalhau e sardinha. Eles estão lotados de gorduras
poli-insaturadas, como o ômega 3, inimigo número 1 de inflamações. Para
reforçar esse exército anti-inflamatório, consuma também aveia, linhaça e
chia (semente riquíssima em nutrientes), além de maçã e leguminosas
(feijão, lentinha, grão-de-bico). Todos esses alimentos têm substâncias
com ação antioxidante e, como são ricos em fibras, diminuem a velocidade
de absorção do açúcar pelo sangue. Isso evita a produção excessiva de
insulina, o acúmulo de gordura e a inflamação das células.
2. Emoções descontroladas
Todo
mundo já passou por isto: na hora da tristeza, do stress, da dúvida ou
da ansiedade, quando vem aquele nó na garganta, quase nada funciona
melhor para aliviar a angústia do que comer. Estudos sugerem que nessas
situações-limite, em que você está a um passo do descontrole, o
organismo ativa um gene que provoca a larica pelas comidas engordativas.
Nessas horas, você é capaz de fazer tudo por um docinho, algo gordo ou
simplesmente devora tudo o que tiver pela frente. Isso acontece porque o
açúcar e a gordura acionam o centro de recompensa do cérebro, que
libera dopamina e manda o baixo-astral embora no ato.
A saída:
busque outras formas de atingir o centro de recompensa do cérebro, que
responde pelo prazer e pelo bem-estar, e de aliviar a tensão. Malhar,
meditar, se envolver em um hobby que a faça se sentir bem e até transar
são maneiras de se fazer feliz sem descontar no peso.
3. Tireoide em pane
Essa
glândula, localizada no pescoço, produz dois hormônios (T3 e T4) que
regulam o organismo - dos batimentos do coração ao trabalho do
intestino, o raciocínio e a força muscular. Outra glândula, a hipófise,
que fica na base do cérebro, secreta o TSH, que estimula a tireoide a
fabricar T3 e T4. Quando ela produz esses hormônios em quantidade
insuficiente, ocorre o hipotireoidismo, que deixa o corpo inteiro mais
lento, inclusive o metabolismo - daí a dificuldade para emagrecer. "A
doença também está relacionada à retenção de sal e água, que levam ao
famoso inchaço", observa a endocrinologista Carolina Mantelli Borges, de
São Paulo. "A mulher com hipotireoidismo ganha, em média, de 3 a 5
quilos em um ano."
A saída: "Um exame de sangue comum pode medir
os níveis de TSH no organismo. Se houver alteração, o médico indica
fazer a reposição hormonal", explica a endocrinologista. De maneira
geral, o controle do hipotireoidismo consiste em tomar diariamente um
comprimido com hormônio tireoidiano sintético, com dosagem orientada
pelo endocrinologista de acordo com os resultados do exame de sangue. "O
inconveniente é que o tratamento, na maioria das vezes, precisa ser
mantido por toda a vida para regular a tireoide e prevenir o retorno dos
sintomas", fala Carolina.
4. Stress demais
Quando
a rotina de trabalho está alucinante, a relação não vai bem ou as
contas não fecham no fim do mês - ou, pior, tudo isso junto -, é bem
possível que quem acabe pagando o pato é o peso. Isso porque, nos
momentos de alta tensão, o organismo é bombardeado por cortisol,
adrenalina e noradrenalina, substâncias que levam ao acúmulo de gordura
corporal. Para piorar, elas derrubam o ritmo do metabolismo, o que
dificulta o gasto de energia. Fora que, no impulso de aplacar a tensão, é
comum cair de boca nos doces e nas comidas engordativas. E, com o corpo
trabalhando mais devagar, o resultado é conhecido: quilos extras na
balança.
A saída: em primeiro lugar, encontre a origem do seu
stress - o trabalho, o relacionamento, a falta de grana? Então, analise
formas de aliviá-lo, sabendo que provavelmente terá de fazer mudanças no
seu estilo de vida. Se não está malhando, não sabe o que está perdendo:
a atividade física é uma poderosa válvula de escape das tensões, pois
estimula a liberação de substâncias que aumentam o bem-estar e melhoram o
humor. Enquanto se exercita, a cabeça também fica mais relaxada, o que
favorece a reflexão sobre as questões que geram preocupação. É
experimentar para comprovar.
5. Pílula errada
A
reação ao anticoncepcional é bem individual - algumas mulheres têm
queixas como ganho de peso, pele oleosa e alteração da libido depois que
começam a tomar, mas outras não sentem mudança alguma. Os especialistas
esclarecem que o principal vilão para quem reclama que engordou é o
estrógeno, hormônio presente em alguns medicamentos. Ele pode levar à
retenção de líquido (e não gordura) e dificultar a eliminação, o que
provoca inchaço e reflete na balança.
A saída: muitas vezes, é
necessário experimentar pílulas de marcas e dosagens diferentes até
encontrar uma que combine com você e não ofereça efeitos colaterais
negativos. As mais modernas costumam ter menos impacto sobre o peso do
que as antigas, pois trazem doses menores de estrógeno e, portanto, não
causam tanta retenção hídrica. Converse com seu ginecologista para
conhecer as melhores alternativas para você.
6. Alergia a alimentos
Não
estamos falando de comidas que desencadeiam, pouco depois de ingeridas,
erupções na pele, coceira, cólicas... A alergia que faz engordar
acontece mais tarde: com o tempo, você nota que o ponteiro da balança
subiu sem motivo aparente. Isso acontece por causa da imunoglobulina G, o
anticorpo que ativa as células de defesa nos processos alérgicos e
provoca, como efeitos colaterais perversos, a retenção hídrica e o
armazenamento de gordura. Além disso, ocorrem grandes flutuações na
glicemia, a taxa de açúcar no sangue. Num piscar de olhos, ela vai de
alta para baixa. "Essa é a hipoglicemia, uma manifestação de mau
funcionamento do pâncreas, frequentemente causada por alergia
alimentar", diz Tamara Mazaracki, nutróloga do Rio de Janeiro. O baixo
nível de açúcar no sangue vem acompanhado de fraqueza, fome, aí você
precisa comer de novo...
A saída: "Ironicamente, os alimentos
que temos vontade de comer, em geral, são também os que mais provocam
alergia", alerta a nutróloga. Aqui os vilões são leite e laticínios,
glúten (a proteína do trigo), soja e ovo, além dos corantes presentes
nos alimentos industrializados. Se você se encaixa na descrição acima,
procure um nutricionista para identificar o alimento que provoca a
alergia. O suspeito deve sair do cardápio por 30 dias, tempo necessário
para que seu organismo fique livre dos efeitos negativos dele.
7. Sono ruim
A
qualidade do seu descanso está diretamente ligada à ação dos hormônios
grelina (que diminui a sensação de fome) e leptina (que dá o sinal de
que você está saciada) no organismo. Quando você dorme bem e o
suficiente, ele produz mais leptina e menos grelina, o que mantém o
apetite sob controle. Se você passa a noite em claro ou dorme mal,
porém, a gangorra hormonal se inverte - sobe a grelina e desce a
leptina. Resultado: ataques de gula durante a noite que fica acordada e
no dia seguinte, o que inflaciona sua cota ideal de calorias.
A
saída: não se obrigue a dormir oito horas toda noite se você fica bem
com menos, afinal, está mais do que provado que a necessidade de sono
varia de uma pessoa para outra. O que importa é a qualidade do repouso,
ou seja, dormir a noite inteira, acordar descasada e render no dia
seguinte. Para isso, algumas atitudes ajudam: fazer atividade física,
transformar o quarto em um lugar tranquilo e gostoso, evitar café e
muito tempo no computador perto da hora de ir para a cama, por exemplo.
8. Hormônios desregulados
Não
se sabe com certeza se é a síndrome dos ovários policísticos que leva
ao ganho de peso ou o sobrepeso que provoca a síndrome, mas é fato que
engordar sem razão (e ter dificuldade para emagrecer) é um dos sintomas
desse transtorno feminino. Para o ginecologista Domingos Mantelli Borges
Filho, de São Paulo, a explicação é que a síndrome desregula os
hormônios. "A mulher pode desenvolver resistência à insulina", explica.
Isso significa que o pâncreas passa a produzi-la em maior quantidade
para colocá-la dentro das células. E quanto mais insulina sobrar na
corrente sanguínea, maior é a fome e o sacrifício para fechar a boca.
"Para piorar, o aumento da insulina no sangue desequilibra dois
hormônios da hipófise, o LH e o FSH, responsáveis pelo controle dos
ovários, o que aumenta ainda mais o risco de ganhar peso", acrescenta
Domingos.
A saída: não existe cura para a síndrome, mas
tratamento, sim, que geralmente é por meio de pílula anticoncepcional
para corrigir o desequilíbrio hormonal. Desconfie do problema se, além
de engordar sem motivo aparente, a pele ficar mais oleosa, a menstruação
desregulada e você perceber o crescimento de pelos em lugares
esquisitos (como rosto, barriga e seios). Então, procure o seu
ginecologista, que vai confirmar o diagnóstico e apontar o tratamento
adequado.
(Revista Boa Forma )
Acho que tenho muitos desses e as soluções não são assim tão fáceis de se alcançar x(
ResponderExcluirBom fim de semana, ;*